Quando saí do apartamento
em Vancouver fiz as malas literalmente no último minuto, tanto que perdi o
trem. Fui pegando as roupas e escolhendo o que ia ficar e o que ia levar na
mochila, sem muito tempo pra pensar. Preciso mesmo dessa calça? Não. Preciso de
7 pares de sapatos? Não, então levei três na viagem. E por aí foi.
Só que, depois de ter que
carregar todo o peso, comecei a reconsiderar as coisas mais ainda. Então, a
cada lugar em que passo, deixo alguma coisa. Em Seattle, deixei um livro de 900
páginas e mais alguns objetos desnecessários. Em Portland, deixei algumas
lembranças do Canadá e duas camisetas. No albergue em San Francisco há uma “free
bin”, exatamente pra se deixar o que não se quer mais e se pegar o que quiser.
Antes de sair, deixei camisas, camisetas, uma calça e um par de sapatos. Isso sem falar nas coisas que esqueci pelo caminho. Algumas
pessoas me pedem que lhes traga objetos, mas o objetivo é ter menos e menos
bagagem ao longo da viagem, fazendo o que sempre achei ridículo: exercitar o
desapego.
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