quarta-feira, 18 de julho de 2012

Portland (parte 3)


Voltando pra casa depois dos fogos de artifício do 4 de Julho. Pego um trem lotadíssimo, afinal havia milhares de pessoas nas ruas. Não sei exatamente onde estou, mas depois de dois dias aqui começo a ter uma ideia da cidade. Depois de muitas caminhadas, já achando que vou passar a noite batendo perna, pego o ônibus certo pra casa. Logo que desço, me aborda um cara bebendo cerveja encostado num carro com uma mulher. “Quer uma Hefeweizen”?.
Por que não, eu digo.
E bebemos juntos, celebrando o 4 de Julho. Ele é negro e meio forte, ela é branca, com muito peso para a sua baixa estatura, um casal que pouco combina, mas quem combina? Ele fala sem parar, ela faz uma cara de entediada. Percebo que tolera a minha presença pois assim seu namorado não vai beber tanto antes de pegar o carro. Bebo rápido. Quando me despeço, ouço ele dizer a ela, orgulhoso de si: “Viu? Viu?  Eu sei dividir”.
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Procuro outro anfitrião em Portland. As coisas estão meio paradas na casa de Kate e tenho a sensação de estar perdendo ainda muita coisa da cidade. Matthew me responde dizendo que sim, que posso ficar na casa dele no fim de semana, mas que agora só está ele em casa, que as roommates) a namorada e uma amiga) estão viajando. Sem problema. faço as malas e me mudo.
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Indo pra minha nova casa, carregando minhas três mochilas, peço informação na rua.
O cara sabe onde fica a rua e diz que está indo pra lá mesmo, então vai acompanhar. Pergunta:
- Where are you from?
- I’m from Brazil.
- Brazil?! No  way!
I thought you were gonna say Canada.
Diz que quer ir pro Brazil um dia, que as oportunidades de emprego estão escassas em Portland, que gosta de um trago e de uma festa, mas que sem emprego e sem grana  não pode mais fazer isso (sendo que ele tem uma garrafa na mão e sinto seu bafo etílico). Pelos três quarteirões em que me acompanha, pergunta como são as mulheres canadenses, as brasileiras e diz que prefere as mulheres mais diretas, que não te fazem perder muito tempo e dinheiro. Nos despedimos na esquina, de onde avisto a minha nova moradia em Portland.


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