"Now take the traveler and the tourist
The essential difference is
The traveler don't know where he's goin'
And the tourist don't know where he is"
David Lee Roth
Hoje o blog
muda de nome. Passa de No Canadá é Assim para No Canadá foi assim. Uma pequena
mudança no tempo do verbo.
Pois é, sei
que parei de postar aqui faz tempo, embora tivesse assunto para vários outros
posts: a chuva, o inverno, os mendigos, as bicicletas, os pubs, as praias, o
trabalho no Canadá, as montanhas, os shortinhos e minissaias, comida vegetariana, os museus, os parques, os animais, o clima, a viagem para Victoria, a tolerância com a presença de cães em estabelecimentos comerciais, as asiáticas, o
que se pode aproveitar do lixo dos outros, as cervejas e muito mais. Talvez
ainda poste essas coisas mais pra frente. Não agora.
Também não
quis postar nos últimos meses pois foi quando vi que ia ser complicado
continuar aqui, isto é, não seria tão fácil estender meu visto de trabalho.
Desde então, falar sobre o Canadá perdeu a graça pra mim. Deixei muita coisa em
Vancouver: tudo o que tinha em casa, tv, som, dvd, mesas, cadeiras, sofá, cama,
livros (os quais prometi a mim mesmo não acumular, mas no fim já tinha uns 50),
e toda a cozinha. Também roupas de todos os tipos. Quando fiz minha mala devo
ter deixado 90% das minhas roupas de fora. Enfim, essas coisas não importam
tanto no final. Quando a gente precisa se livrar de algo, fazer escolhas, a
gente sabe mais claramente aquilo que tem valor e o que não, o que pode ser
substituído e o que não pode. E tudo o que eu tinha de material, apesar de
trazer algum conforto, não se compara aos bens mais valiosos que deixei: os
amigos.
Talvez por
se saber que as pessoas estão de passagem, as relações adquirem certa
urgência, e se tornam mais intensas. Se
é mais direto, se perde menos tempo, pois nunca se sabe o que vai aacontecer
ali na esquina (não consegui me despedir de alguns amigos pois surgiram
imprevistos e não conseguimos nos encontrar por questão de horas).
Enfim, é
isso. Tinha amigos, uma casa, um trabalho bom e que pagava as minhas contas na cidade mais cara da América do Norte.
Poderia tentar ficar como turista, mas não haveria sentido ficar parado num
lugar onde não estaria estudando e não poderia trabalhar. Então decidi ir para
os Estados Unidos, onde já morei por 3 meses há 13 anos e pra onde sempre quis
voltar. A ideia inicial é descer a Costa Oeste dos EUA, começando no Norte, em
Seattle (Washington), passando por Portland (Oregon), San Francisco, Los Angeles
até chegar em San Diego (Califórnia).
Como disse, a ideia é essa, mas tudo pode mudar.
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