quinta-feira, 5 de julho de 2012

No Canadá foi assim...



"Now take the traveler and the tourist
The essential difference is
The traveler don't know where he's goin'

And the tourist don't know where he is"
David Lee Roth



Hoje o blog muda de nome. Passa de No Canadá é Assim para No Canadá foi assim. Uma pequena mudança no tempo do verbo.

Pois é, sei que parei de postar aqui faz tempo, embora tivesse assunto para vários outros posts: a chuva, o inverno, os mendigos, as bicicletas, os pubs, as praias, o trabalho no Canadá, as montanhas, os shortinhos e minissaias, comida vegetariana, os museus, os parques, os animais, o clima, a viagem para Victoria, a tolerância com a presença de cães em estabelecimentos comerciais, as asiáticas, o que se pode aproveitar do lixo dos outros, as cervejas e muito mais. Talvez ainda poste essas coisas mais pra frente. Não agora.

Também não quis postar nos últimos meses pois foi quando vi que ia ser complicado continuar aqui, isto é, não seria tão fácil estender meu visto de trabalho. Desde então, falar sobre o Canadá perdeu a graça pra mim. Deixei muita coisa em Vancouver: tudo o que tinha em casa, tv, som, dvd, mesas, cadeiras, sofá, cama, livros (os quais prometi a mim mesmo não acumular, mas no fim já tinha uns 50), e toda a cozinha. Também roupas de todos os tipos. Quando fiz minha mala devo ter deixado 90% das minhas roupas de fora. Enfim, essas coisas não importam tanto no final. Quando a gente precisa se livrar de algo, fazer escolhas, a gente sabe mais claramente aquilo que tem valor e o que não, o que pode ser substituído e o que não pode. E tudo o que eu tinha de material, apesar de trazer algum conforto, não se compara aos bens mais valiosos que deixei: os amigos.

Talvez por se saber que as pessoas estão de passagem, as relações adquirem certa urgência,  e se tornam mais intensas. Se é mais direto, se perde menos tempo, pois nunca se sabe o que vai aacontecer ali na esquina (não consegui me despedir de alguns amigos pois surgiram imprevistos e não conseguimos nos encontrar por questão de horas).

Enfim, é isso. Tinha amigos, uma casa, um trabalho bom e que pagava as minhas contas na cidade mais cara da América do Norte. Poderia tentar ficar como turista, mas não haveria sentido ficar parado num lugar onde não estaria estudando e não poderia trabalhar. Então decidi ir para os Estados Unidos, onde já morei por 3 meses há 13 anos e pra onde sempre quis voltar. A ideia inicial é descer a Costa Oeste dos EUA, começando no Norte, em Seattle (Washington), passando por Portland (Oregon), San Francisco, Los Angeles até chegar em San Diego (Califórnia).  Como disse, a ideia é essa, mas tudo pode mudar.

Deixei literalmente tudo o que tinha para trás. Mas é diferente do que fiz em Poa, onde deixei tudo também, mas tudo guardado, suspenso no tempo, minha casa um museu de mim (poderia cobrar entrada).


Enchi esse texto de clichês e lugares comuns, mas em certas horas eles caem como uma luva.



Nenhum comentário:

Postar um comentário