sábado, 8 de setembro de 2012

O Estrangeiro

Chegando ao Brazil, em Niterói, achei que fosse sofrer um impacto do reverse cultural shock, mas surpreendentemente achei tudo normal, mesmo a feiura da arquitetura e das pessoas. Mas no segundo dia houve um episódio interessante.

Na falta de meias e cuecas limpas, descobri que seria mais barato comprar novas do que mandar lavar, então fui numa loja. A atendente veio logo na minha direção:

Moça: Olá, posso ajudar em alguma coisa?
Eu: Procuro cuecas e meias.

Moça: (me olhando com um olhar estranho) Hmm, você está procurando cuecas e meias?
Eu: Isso.
Moça: (ainda com uma cara de quem havia ouvido algo muito inadequado) Hmm, e você fala Português também?
Eu: Falo.

Moça: Mas você é estrangeiro?
Eu: Não.
Moça: Você é brasileiro?
Eu: Sou.
Moça: Eu pensei que você fosse estrangeiro.

Eu: Não, sou brasileiro.
Moça: Hmm, cuecas e meias?
Eu: Isso.
Moça: As meias ficam aqui, cuecas você encontra ali no fundo.
Eu: Brigado.
Moça: Não há de quê. (falando lentamente, como se ainda não estivesse convencida da minha nacionalidade) Se precisar de qualquer coisa é só me chamar, tá bom?
Eu: Ok, 'brigado.


sábado, 1 de setembro de 2012

Brazilian Tour

Ainda não voltei a Porto Alegre, mas a viagem internacional chegou ao fim. Agora, já indo de volta pra casa no Brasil. Antes, porém, visitas a amigos em Niterói e Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis. Em Salvador reencontrei dois amigos de Vancouver.

Desde que saí de Vancouver, há dois meses, dormi em Seattle, Portland, San Francisco, Santa Barbara, San Diego, Venice Beach, Marina Del Rey, (San Francisco de novo), uma parada em Phoenix, New York, Niterói, Salvador e Florianópolis.

Passei por 4 estados nos EUA (Washington, Oregon, California, New York) e 3 no Brasil (Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina). Foram 6 voos, 7 viagens de trem e 6 de ônibus. Ainda não parei para calcular a quilometragem, mas foram algumas dezenas de milhares de km.

Na maior parte das cidades fiquei em albergues, mas também me hospedei em casas de amigos ou desconhecidos do Couch Surfing. Agradeço demais a todas as pessoas que abriram suas portas e me acolheram em suas casas, algumas vezes com um tratamento tão bom que quase me deixam mal acostumado:

Kate, Róber, Matthew, Marcelo, Minou, Josh, Mariane fizeram também parte da minha viagem.

Logo antes de partir, todo mundo me perguntava o que eu ia fazer no Canadá afinal. Eu não sabia bem como seria, só sei que fiz o suficiente para considerar a melhor experiência da minha vida. Agora, voltando a Porto Alegre, a pergunta se repete: O que você pretende fazer?
Viver seria pedir muito?



Minha primeira cama em Portland

Segunda cama em Portland


São Paulo. 5am