Durante o café da manhã, Egidio se aproxima da
minha mesa, sério, e cochicha, “Viu, há argentinos aqui. Não vai brigar com
eles?” Ah, é?, digo eu. Não tenho nada contra eles. “Eu sei”, responde Egidio
antes de reencher a cesta de bagels.
Pela tarde,
digitando, minha bateria dá sinais de estar no fim. Vou até uma mesa ocupada apenas por mochilas perto das tomadas
para poder recarregar. Logo os donos das mochilas voltam, e peço desculpas pela
invasão do seu espaço. Que nada, dizem. De onde são? “Argentina”. “Ah, então
são vocês os argentinos? Já tinham me falado”. Perguntam se falo castelhano.
(Lembro do comentário de uma amiga colombiana
quando tentei falar espanhol com ela: “Parece um mexicano
bêbado”).“Comprendo un poco, pero no hablo”, então seguimos falando inglês. São
Lucas e Natalia, de Córdoba, já viajaram pelo Brasil e sabem onde fica Porto
Alegre. Falamos sobre a estúpida e artificial rivalidade Brasileiros X
Argentinos. Natalia diz que adora o Brasil e os brasileiros e Lucas me garante
que nunca ouviu um argentino dizer que odeia
brasileiros. Lucas, porém, diz
que os argentinos de Buenos Aires sim não prestam e se acham melhores que os
outros.
Estão
viajando de carro, e viajam também para o sul da costa oeste, com planos de
visitar alguns parques nacionais no caminho. Vamos embora de San Francisco no
mesmo dia, e depois de 15 minutos de conversa me convidam pra ir com eles. É
tentador, mas já havia feito outros planos e nossos itinerários não batem, então declino a oferta.
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