Vou tomar a
liberdade de escrever Nova York, ok?
"Ok", você
responde.
Os dias que
se seguiram (fiquei 5 noites lá) foram mais proveitosos, e consegui aproveitar
a cidade melhor, sempre caminhando muito e usando aquilo sem o qual a cidade
seria impossível: o metrô.
Saí alguns dias com Harry, meu roommate
australiano que, pra provar minha teoria, começou a comer bagel sempre no mesmo
local e horário, depois pegar comida sempre no mesmo buffet e ir comer sempre
sentado na mesma pedra no Central Park. Depois de um tempo circulando por lá, a
confusão de linhas de metrô e conexões vai se tornando um pouco mais simples e
familiar, facilitando os deslocamentos.
Fiz quase
todos os programas de turista: Biblioteca Central, Brooklyn Bridge, Staten
Island, Governor’s
Island, Times Square, Empire State, Central Park,
Metropolitan Museum, etc, etc, mas um dos melhores programas que fiz não está
no roteiro da maioria das pessoas: o bar mais antigo de Nova York. Fundado em
1854, o McSorley’s por dentro parece um museu, ou melhor, como um porão
abandonado há mais de um século. Todo de madeira, empoeirado, com “decoração”
desleixada, um monte de objetos amontoados ou pendurados. Só há duas opções de
cerveja: clara e escura, e elas vêm
sempre em dois copos. Se não há mesas suficientes pra todos os clientes, os
garçons colocam as pessoas em mesas já ocupadas por outras, favorecendo o clima
de integração. É barulhento mas , ao contrário de muitos pubs, dá pra ouvir e
ser ouvido sem problemas.
The city that doesn’t sleep.
Nos EUA e no Canadá, e avida noturna encerra
cedo. No Canadá os bares fechavam às duas da manhã, ou, se ficavam abertos, não
serviam mais bebida depois desse horário. Nos EUA fecham ainda mais cedo, às
vezes 1:30 da manhã. Reclamei disso um dia e alguém me disse: então você vai
gostar de Nova York. Sim, como diz a música, é a cidade que nunca dorme. Durante
o dia, vi uma placa curiosa em um bar: “Open till late: 2am”. Duas da manhã é
tarde?! Uma noite, eu, um argentino, um
australiano e duas mineiras, saímos por Manhattan e depois da uma da manhã
decidimos procurar um bar. Queria achar alguma rua cheia de bares e
restaurantes e pubs dos dois lados, como há em qualquer cidade grande do mundo.
Perguntamos por um lugar assim e as respostas eram sempre vagas. Uma das gurias
quis ir num bar brasileiro, sobre o qual havia lido no seu guia. Pegamos um
trem, caminhamos, chegamos lá e estava fechado. Caminhamos mais, até que alguém
apontou o SoHo, e depois de vários quarteirões, agora já perto da 1:30, achamos
alguns bares e restaurantes. Fechados. Os únicos locais ainda abertos eram armazéns.
Num deles pedimos informação e finalmente encontramos um bar aberto, quase
vazio. Como uma das moças era menor de 21, não conseguimos entrar. Decepção.
Nova York é
um ovo
Vou com
Harry até o Dakota Building, prédio onde John Lennon foi assassinado. Dali,
vamos procurar o Metropolitan Museum e atravessamos o Central Park em algum
ponto no meio. Vamos por um dos vários caminhos, conversando, quando avisto,
vindo na direção contrária, um rosto conhecido, que custo um pouco a lembrar de
onde. É um rapaz, ao seu lado uma moça, que fecha o quebra-cabeça. É o casal inglês que conheci em San Francisco
e do qual me desencontrei, sem pegar telefone ou qualquer contato, impedindo
que nos encontrássemos novamente em NY. Chamo: “Joe”. Conversamos por uns 5
minutos, trocando impressões sobre a cidade. Numa cidade de 10 milhões de
pessoas, quais as chances de encontrá-los assim, por acaso? Muitas.
É...tenho essa impressão que terei o mesmo olhar que você por Nova York, mas pretende conhecê-la,embora minha vontade é retornar a Suiça/Basel pequena e sem pretensões...Zurique, Berna...tudo lindo.
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