Mas nao desisti. Me forcei a acreditar que a minha origem me dava poderes especiais e fui em frente. Me inscrevi no campeonato, que conta com doze times, que jogam nos campos da Universidade nas noites de quarta. Como o time nao foi bem na temporada passada (apenas duas vitorias), acharam que minha "contratacao" seria um reforco de peso (e se considerarmos meu IMC, foi mesmo). Ao contrario do Brazil, aqui mulheres e homens podem jogar juntos. Alias, eh obrigatorio que pelo menos duas mulheres estejam em campo durante a partida.
Enfim, estreei. Mlehor do que imaginava. Fiz boas defesas. Nao o suficiente para evitar a derrota. Elogios depois da partida, inclusive do time adversario. Mas aconteceu algo inesperado durante o jogo: numa das primeiras defesas a bola veio tao forte que acabei sentindo o pulso. Continuei jogando e mais tarde outra bola forte: dessa vez doeu demais, vi estrelas, mesmo com o ceu nublado. E pensei: agora fudeu. Nao quis dizer nada para o time (jah que nao havia goleiro reserva) e continuei jogando ateh o fim. Quando tirei as luvas, vi que a mao direita estava do tamanho de uma maçã. O pulso inchado e vermelho.
Acabou aqui minha pretensiosa carreira esportiva internacional.